Europa '51 (1952)
País: Itália, 118 minutos
Título Original: Europe '51
Diretor(s): Roberto Rossellini
Gênero(s): Drama
Legendas: Português,Inglês, Espanhol
Tipo de Mídia: Cópia Digital
Tela: 16:9 Widescreen
Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080










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PRÊMIOS
Volpi Cup de Melhor Atriz
Ingrid Bergman - 1952
International Award
Roberto Rossellini - 1952
Sinopse: Consciência social. Guerras. Esquerda contra direita. A boba e infantil vida burguesa. Suicídio infantil. Memórias de guerra. “Europa '51” trata de todos estes temas em seus primeiros trinta minutos. E já podemos sentir, por estes temas, que é um filme de Rossellini. E ele só melhora conforme avança a trama.
É a morte do filho de Irene (Ingrid Bergman) que dá início à sua jornada. O menino se sentia negligenciado, por isso ele se joga de uma escada e se machuca. Quando ele morre depois de uma cirurgia no fêmur, Irene entra em choque – e nós podemos sentir o choque no olhar de Ingrid. Ela não grita, não chora, não perde a cabeça. Ela fica em choque. Só isso. E é também tudo isso.
Enquanto se recupera, Irene se aproxima do primo de seu marido, Andrea (Ettore Giannini), um jornalista comunista. Andrea a convence a ajudar uma pobre família cujo filho precisa de um remédio caro para sobreviver. Andrea também empresta livros e jornais a Irene. A maneira como ela vê o mundo muda. Ela tenta ajudar os pobres de todas as maneiras. Ela até experimenta a noite de entretenimento dos pobres – ela vai ao cinema popular, em vez de ir ao teatro elitista.
Irene passa a ser julgada pelas pessoas ao seu redor. Não pelas pessoas que ela ajuda, mas pelas pessoas de seu convívio – isto é, pessoas “respeitáveis”. Ela é uma figura semelhante a Cristo, e sofre nas mãos de ignorantes que dizem estar “seguindo a lei”, “protegendo a sociedade” e “fazendo isso pelo bem dela”. Se Jesus fosse uma mulher, ele provavelmente teria sofrido muito mais.
Mesmo tendo passado pelos horrores da guerra, Irene é agora uma mulher privilegiada. Seu novo comportamento é condenado por sua mãe, por seu marido George (Alexander Knox, que interpretou o presidente Woodrow Wilson em 1944) e seus amigos. Ela ajuda pessoas. Ela faz exatamente o que Jesus ou um santo fariam. Algum de nós faria o que ela faz? A maioria de nós gosta de pensar que sim, mas eu acredito que quase ninguém se comportaria como ela.
Além da brilhante Bergman, outra presença no filme me deixa feliz: Giulietta Masina. Seu papel como uma pobre e trabalhadora mãe de seis crianças é pequeno, mas ela brilha em cada segundo na tela. Ela fala alto, é um pouco grossa, espontânea e temperamental. Ela não tem medo de falar a verdade sobre as coisas. Assim como em muitos de seus papéis coadjuvantes – como em “A Trapaça” (1955) – Giulietta é aqui inesquecível. Quer dizer, ela é tão inesquecível que eu estou 100% convencida de que a reconheci como extra em “Paisà”, de 1946, também dirigido por Rossellini.
Um filme como este nunca seria feito nos Estados Unidos, especialmente com as investigações anticomunistas acontecendo. E é simbólico ter Ingrid Bergman neste papel. Ela havia acabado de interpretar Joana D'Arc nos EUA quando conheceu Rossellini, engravidou e se tornou persona non grata em Hollywood. E aqui está ela, na Itália, interpretando uma verdadeira santa que é vítima de hipocrisia e julgamento. Eu gosto muito da Hollywood clássica, mas fico feliz por poder ver filmes de outras partes do mundo e que mostram perspectivas diferentes e exploram temas complexos.
Elenco: